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sábado, fevereiro 23, 2013


Causo Mineiro
Sapassado, era  sSessetembro,
 taveu na cuzinha tomando uma
pincumel e cuzinhando um
kidicarne cumastumate pra fazer
uma macarronada cum
 galinhassada. Quascai de susto
 quanduvi um barui vinde
denduforno parecenum tidiguerra.
A receita mandopô midipipoca
Denta  galinha prassá.
O forno isquentô, o mistorô e o
fiofó da galinhispludiu!
Nossinhora! Fiquei branco quineim
um lidileite. Foi um trem doidimais!
Quaiscai dendapia! Fiquei
sensabê doncovim, noncotô,
proncovô. Opcevê quilocura!
 Grazadeus ninguém semaxucô!

RESPONDA:

1-     Qual é o nível de linguagem que aparece no texto?
2-     Você entendeu perfeitamente a história? Por quê?
3-     Reescreva-a na forma culta.


        O FOCO NARRATIVO

1- IDENTIFIQUE O FOCO NARRATIVO DOS TEXTOS SEGUINTES:

 FOCO NARRATIVO EM 1ª PESSOA
 FOCO NARRATIVO EM 3ª PESSOA

A)     Subiu lentamente a escada, arrastando os pés nos degraus. Estacou para respirar, apenas uma vez, no meio dos trinta degraus: ainda era um homem. Entrou na cozinha e, sem olhar para a mulher, sem lavar as mãos, sentou-se à mesa. Ela encheu o prato de sopa e colocou diante do marido.
                                        Dalton Trevisan, Novelas nada exemplares.

b)      Leniza foi para o quarto. Sentiu necessidade de água, de mergulhar o corpo envolvido pela água, acariciado pela água, protegido pela água. Mas não teve coragem de ir ao tanque, no fundo da casa, junto ao chuveiro. Encheu a bacia, onde mergulhou o rosto. A água estava morna não refrescava. Leniza  molhou o pescoço, os cabelos, os braços, atirou-se na cama sem se enxugar.
                                       Marques Rebelo,  A estrela sobe.

c)       No dia seguinte, como eu estivesse preparado para descer, entrou no meu quarto uma borboleta, tão negra como a outra, e muito maior do que ela(..) A borboleta, depois de esvoaçar muito em trono de mim, pousou-me na testa. Sacudi-a, ela foi pousar na vidraça; e, porque eu a sacudisse de novo de novo, saiu dali e veio parar em cima de um velho retrato de meu pai. Era negra como a noite. O gesto brando com que, uma vez posta,  começou a mover as asas, tinha um certo ar escarninho, que me aborreceu muito. Dei de ombros, sai do quarto; mas tornando lá, minutos depois, e achando-a  ainda no mesmo lugar, senti um repelão dos nervos, lancei mão de uma toalha, bati-lhe e ela caiu.
        Não caiu morta ainda torcia o corpo e movia as farpinhas da cabeça. Apiedei-me, tomei-a na palma da mão e fui depô-la no peitoril da janela. Era tarde; a infeliz espirou dentro de alguns segundos fiquei um pouco aborrecido, incomodado. 
      __ Também por que diabo não era ela azul? Disse comigo.
                                             Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas.

d)      Decidi abandonar meu marido. Não posso mais viver com ele. Talvez ele não se incomode muito com isso, não creio que ele goste de mim. Não somos sequer amigos, no sentido trivial da palavra. Ele não se interessa pelo meu bem estar, não quer saber se eu estou feliz ou infeliz e quando estou doente me trata com impaciência, como se eu tivesse cometido algum crime.
                Rubem Fonseca, A coleira do cão.

e)       Quando o marido da Piedade disse um segundo cochicho à Rita, Firmo precisou empregar grande  esforço para não ir logo às do cabo.
         Mas, lá pelo meio do pagode, a baiana caíra na imprudência de derrear-se toda sobre o português e soprar-lhe um segredo, requebrando os olhos. Firmo, deu um salto, aprumou-se então defronte dele, medindo-o de alto a baixo com um olhar provocador e atrevido. Jerônimo também posto de pé, respondeu altivo com um gesto igual. Os instrumentos calaram-se logo. Fez-se um profundo silêncio. Ninguém se mecheu do lugar em que estava. E, no meio da grande roda, iluminados amplamente pelo capitoso luar de abril, os dois homens perfilados defronte um do outro, olhavam-se em desafio.
                          Aluísio de Azevedo, O cortiço.

f)       Eu tinha uns quatro anos no dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela manhã me acordei com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Corri para lá, e vi minha mãe no chão e meu pai caído em cima dela como um louco. A gente que estava ali, olhava para o quarto como se estivesse em um espetáculo. Vi então que minha mãe estava toda banhada em sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força. Chorei fiz o possível pra livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada. Um homem que chegou com uns soldados mandou então que todos saíssem, que só poderia ficar ali a polícia e mais ninguém.
      José Lins do Rego, Menino de engenho.